quinta-feira, 29 de julho de 2010

MUNDOS

O mundo é tão pequeno...
Cabe na ponta da língua
Ou bóia nos olhos
E paira sobre o abismo.
O mundo é puro lirismo...
Dê lírios
Em forma de estribilhos
Estes brilhos
Com os quais me beijas
Sobejamente
Vontade tamanha de ser todo teu o meu mundo
O vasto profundo do existir, pulsando, transbordando em retornos
Nos entornos da língua, os contornos da pele
O tatuar arrepios, frêmitos, gozo
Um tanto de caos ecoando entre as coxas
Um grito ardendo no espaço...
O mundo ama em estardalhaço!
Em estilhaços certeiros
Caminho traçado dos meus olhos aos teus braços
abraço da lua suspirando a fome do tempo...
Encontro marcado na fresta da rima
Na fissura do verso
Na beira do abismo, na ponta da língua
Cria-se o universo...
E o amor inverso
Que arde no reverso da palavra
Que arrebenta em gozo e criação
Da paisagem trêmula do teu corpo
Na cama estrelada da tua imensidão
o cosmo parido na dança de astros de sonoridade túmida
Será nossa, amor, essa trama úmida?
Sim...? Não...?
O mundo é tão pequeno...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Silêncio

Não sou eufórica, esfuziante... não faço estardalhaços, não sorrio o tempo todo. Sou quieta, introspectiva... melancólica feito cheiro de grama molhada depois da chuva. As minhas festas, eu faço da pele para dentro. É por dentro que eu vibro e pulso. É por dentro que sou mais viva!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Zero

Porque é do costume de quem vive, recomeçar solidões. Uma após outra. E essa coisa de recomeçar eu sei de cor. De solidão em solidão, vou amanhecendo, mesmo que doa.